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RêVivendo Fotografias: Campo de Concentração de Sachsenhausen

Renata Campos | 15.5.17 |
Eu sempre fui louca com a história das Guerras Mundiais (principalmente a 2a Guerra) e da Guerra Fria. Eu lembro que foi um professor meu, quando eu estava na antiga 8a série (9° ano agora, né?) que me despertou essa paixão toda pela história. Foi então que eu comecei a ler vaaaaaaaarios livros sobre o assunto, desde os mais clássicos, como "O Diário de Anne Frank" e "A Lista de Schindler", até outros não tão populares assim e que já nem me lembro mais. Muitas vezes eu precisava fazer uma pausa de tanto que eu chorava em cima dos livros. Ficava triste, revoltada, sem acreditar, sem entender...

Por essas e outras, eu sempre tive vontade de conhecer Berlim, além de outras cidades afins... em termos de guerra. E aí, quando eu comprei passagem pra Alemanha, toda aquela minha compulsão pela história, voltou! Comprei mais um monte de livros, assisti vários filmes e documentários e aguardei ansiosa o momento do embarque pra conhecer, de perto, os cenários de tantas histórias que eu já tinha lido. 
E aí, por já ter lido tantos livros e vi filmes sobre o assunto, eu achei que iria tirar tudo de letra. Mas não. Me senti muito incomodada em todos os vários museus que visitei em Berlim, coração apertado, estômago embrulhado... Se deparar com tantas histórias tristes e conhecer outras tantas que você não fazia ideia, foi pesado, angustiante, desgastante!

Mas o auge, pra mim, foi a visita ao Campo de Concentração de Sachsenhausen, que fica nos arredores de Berlim. Foi horrível! Eu viajei no verão e peguei alguns dias extremamente quentes por lá. Tão quente a ponto de cancelarem as visitas ao Parlamento Alemão por 2 dias (a cúpula dele é toda de vidro e vira uma estufa natural. Nos disseram que a sensação térmica lá dentro era de 68°C! 😓). Bom, tô falando tudo isso só pra vocês terem a dimensão do calor que estava fazendo no dia que eu fui ao campo de concentração. 

Entre tantos sofrimentos possíveis pelos quais os prisioneiros passaram nesses lugares, eu nunca tinha atinado no lance do calor. Sempre pensei apenas no frio congelante, fome, torturas, etc e tal. Mas visitar aquele lugar debaixo de um sol escaldante e de um calor infernal, foi uma das piores experiências que eu já tive! Eu adoro calor, mas não suporto temperaturas acima de 30°C. Passo mal de verdade! E esse dia fazia 36°C!!! Imagina? 

Fiquei andando debaixo de sol, entrando em lugares abafados e sufocantes e ouvindo histórias angustiantes no áudio guia que eu tinha alugado. Comecei a ficar enjoada e com dor de cabeça. Parava toda hora que achava uma sombra pra tomar um ar. Mas me sentia super culpada de estar fraquejando, sendo que os prisioneiros suportavam coisas infinitamente piores. Afinal de contas, eu estava ali a apenas algumas horas, estava forte, saudável, bem alimentada, com uma garrafa de água na mão (que juro, me sentia culpada de tomar). Imagina como era a vida daquelas pessoas tendo que aturar aquele mesmo calor (e um frio intenso também), sem comida, sem água, sem força, machucados, doentes e vivendo em condições sub-humanas?. 

A energia daquele lugar é horrível, pesada, sufocante, angustiante. Fiquei tão atormentada com tudo, que fui embora sem conseguir visitar tudo. Eu já não tinha condições físicas nem emocionais pra continuar! Mas ao mesmo tempo me senti muito culpada por estar sendo tão fraca. Fui embora chorando no ônibus. Depois fiquei andando a esmo em Berlim sem achar graça em mais nada. Meu dia acabou! 

Eu tinha programado visitar também o Dachau, um outro campo de concentração que fica próximo a Munique. Mas desisti. Fiquei com medo de sentir tudo aquilo de novo. Guardei forças pra encarar Auschwitz, na Polônia, onde iria no final da viagem. Auschwitz é o maior e mais famoso campo de concentração da época do holocausto e eu era "fascinada" por aquele lugar. Achei fosse ter um troço lá! Mas não! Foi menos traumático do que Sachsenhausen. Acho que eu já tinha passado pelo choque inicial, então achei menos impactante. Não que tenha sido fácil.! Foi triste, angustiante, emocionante e muito pesado! 

Enfim, quando for visitar qualquer campo de concentração, esteja preparado emocionalmente pra isso... se é que é possível. Para saber mais a respeito, horário de funcionamento, preço, como chegar e etc, acesse o site oficial. Ahh, e detalhe, os alemães não gostam de usar a palavra "campo de concentração". Ai invés disso, vocês verão sempre referências à "Memorial"!


RÊVIVENDO FOTOGRAFIAS 
Toda segunda-feira, uma viagem é revivida aqui através de uma fotografia. 
Foto de hojeCampo de Concentração de Sachsenhausen


Entrada do Campo de Concentração/Memorial Sachsenhausen.
Reparem na frase escrita no portão "Arbeit Macht Frei" que significa: O Trabalho Liberta.
Mais contraditório impossível! 😪

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4 comentários :

  1. Sou outra apaixonada, herdei de meu pai o gosto pela história e muitos livros, especialmente da Segunda Guerra. Somo aí o fato de ter crescido na década de 80, quando os filmes sobre o tema bombavam na tv. Por outras razões tenho feito algumas pesquisas sobre sobreviventes do holocausto, passado e repassado dados dos campos e percebo o quanto são assustadores as estatistificas. Ainda não tive oportunidade de visitar a Alemanha e, hoje, não sei mais se caberia na minha vida esse 'in loco', sabe? Já desejei muito, mas hoje tenho muitas interrogações. Amei seu depoimento, também nunca tinha pensado no calor, até ler o post. BjO

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    1. Ei Paula, que bacana!
      Realmente, quanto mais a gente conhece os detalhes (e os números) da história, mais surreal fica tudo, não é mesmo?
      Ahhh mas aposto que quando você tiver a oportunidade de visitar a Alemanha, toda essa sua vontade e interesse vão voltar. A minha ficou adormecida por anos. De toda forma, o país é incrível e tem muitos lugares lindíssimos e que não necessariamente remetem à guerra! Vale super a pena conhecer!
      Bjos pra você

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  2. Anônimo19.6.17

    Uma delícia seus post Renata!! Linguagem objetiva e clara.. fora as dicas importantes!
    Em breve poderei aplicar o que estou lendo aqui!!
    Walney Nunes

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    1. Oi Walney, obrigada! :)
      Que ótimo!
      Ótimas viagens pra você!

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